domingo, 11 de janeiro de 2015

A Escola dos Nossos Sonhos

A Escola dos Nossos Sonhos é uma ideia de Augusto Cury. Em seu livro "Pais brilhantes, professores fascinantes", ele fala de alguns pontos dessa Escola. Ei-las:



  • Música ambiente em sala de aula
    • Sempre que possível, utilizar essa técnica, lembrando de solicitar lista de preferências dos alunos.
  • Sentar em círculo ou em U
    • As filas fomentam a inércia intelectual
  • Exposição interrogada: a arte da interrogação
    • Usar sempre: "por quê?", "como?", "onde?" e "qual o fundamento disso?", pois a dúvida nos provoca muito mais do que a resposta.
  • Exposição dialogada: a arte da pergunta
    • Realizar 10 perguntas por aula, no mínimo. A 1ª pergunta deve ser direcionada para a turma. Depois perguntar individualmente, não esquecendo de chamar pelo nome e elogiá-lo sempre, independente da resposta estar correta.
  • Ser contador de histórias
    • Para isso, é necessário exercitar voz flutuante, que mude de tom de acordo com o texto.
  • Humanizar o conhecimento
    • Atrás de cada informação existem as lágrimas, as aventuras e a coragem dos cientistas. Lembrar sempre disso.
  • Humanizar o professor
    • Contar as lágrimas e as alegrias, sonhos e frustações. É necessário influenciar mais pelo que se é do que pelo que se sabe.
  • Educar a autoestima: elogiar antes de criticar
    • Sempre fazer isso, lembrando que apesar dos erros as pessoas tem acertos.
  • Gerenciar os pensamentos e as emoções
    • Controlar-se para não descontar frustações e raivas nos alunos.
  • Participar de projetos sociais
    • Importante deixar documentado isso, levando ao conhecimento dos alunos e pedindo sempre sua colaboração.

Professores bons X Professores fascinantes

Somos professores bons ou professores fascinantes?

Professores bons:

  1. São eloquentes
  2. Possuem metodologia
  3. Educam com a inteligência lógica
  4. Usam a memória como depósito de informações
  5. São mestres temporários
  6. Corrigem comportamentos
  7. Educam para uma profissão

Professores fascinantes:
  1. Conhecem o funcionamento da mente
  2. Possuem sensibilidade
  3. Educam a emoção
  4. Usam a memória como suporte da arte de pensar
  5. São mestres inesquecíveis
  6. Resolvem conflitos em sala de aula
  7. Educam para a vida

7 hábitos que devem ser presentes nos professores fascinantes:
  1. Informação Þ Conhecimento Þ Experiência
  2. Falar mais com os olhos, expressar emoção, acolher e compreender
  3. Estimular o pensar antes do agir
  4. Ensinar os alunos a serem pensadores e não repetidores
  5. Informações: arquivadas na memória,  experiências: cravadas no coração
  6. Encante com gestos, surpreenda seus alunos, usar afeto e inteligência
  7. Atenção para os desprezados, tímidos e apelidados. Ser revolucionário.

7 erros que devem ser evitados pelos professores fascinantes:
  1. Corrigir publicamente
  2. Expressar autoridade com agressividade
  3. Ser excessivamente crítico
  4. Punir quando estiver irado e colocar limites sem dar explicações
  5. Ser impaciente e desistir de educar
  6. Não cumprir com a palavra
  7. Destruir a esperança e os sonhos

sábado, 10 de janeiro de 2015

Rousseau e o Contrato Social

Iniciando o ano de 2015, é importante planejarmos bem como será nossa relação com os alunos. Segue abaixo as ideias de Rousseau para um convívio harmônico em sala de aula. É fundamental entendermos bem o que vem a ser um Contrato Social...

Jean Jacques Rousseau (1712-1778) foi um importante intelectual do século XVIII para se pensar na constituição de um Estado como organizador da sociedade civil assim como se conhece hoje. Para Rousseau, o homem nasceria bom, mas a sociedade o corromperia. Da mesma forma, o homem nasceria livre, mas por toda parte se encontraria acorrentado por fatores como sua própria vaidade, fruto da corrupção do coração. 

O indivíduo se tornaria escravo de suas necessidades e daqueles que o rodeiam, o que em certo sentido refere-se a uma preocupação constante com o mundo das aparências, do orgulho, da busca por reconhecimento e status. Mesmo assim, acreditava que seria possível se pensar numa sociedade ideal, tendo assim sua ideologia refletida na concepção da Revolução Francesa ao final do século XVIII.

A questão que se colocava era a seguinte: como preservar a liberdade natural do homem e ao mesmo tempo garantir a segurança e o bem-estar da vida em sociedade? Segundo Rousseau, isso seria possível através de um contrato social, por meio do qual prevaleceria a soberania da sociedade, a soberania política da vontade coletiva.

Rosseau percebeu que a busca pelo bem-estar seria o único móvel das ações humanas e, da mesma, em determinados momentos o interesse comum poderia fazer o indivíduo contar com a assistência de seus semelhantes. Por outro lado, em outros momentos, a concorrência faria com que todos desconfiassem de todos. Dessa forma, nesse contrato social seria preciso definir a questão da igualdade entre todos, do comprometimento entre todos. Se por um lado a vontade individual diria respeito à vontade particular, a vontade do cidadão (daquele que vive em sociedade e tem consciência disso) deveria ser coletiva, deveria haver um interesse no bem comum.

Este pensador acreditava que seria preciso instituir a justiça e a paz para submeter igualmente o poderoso e o fraco, buscando a concórdia eterna entre as pessoas que viviam em sociedade. Um ponto fundamental em sua obra está na afirmação de que a propriedade privada seria a origem da desigualdade entre os homens, sendo que alguns teriam usurpado outros. 

A origem da propriedade privada estaria ligada à formação da sociedade civil. O homem começa a ter uma preocupação com a aparência. Na vida em sociedade, ser e parecer tornam-se duas coisas distintas. Por isso, para Rousseau, o caos teria vindo pela desigualdade, pela destruição da piedade natural e da justiça, tornando os homens maus, o que colocaria a sociedade em estado de guerra. 

Na formação da sociedade civil, toda a piedade cai por terra, sendo que “desde o momento em que um homem teve necessidade do auxílio do outro, desde que se percebeu que seria útil a um só indivíduo contar com provisões para dois, desapareceu a igualdade, a propriedade se introduziu, o trabalho se tornou necessário” (WEFFORT, 2001, p. 207).

Daí a importância do contrato social, pois os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural (quando o coração ainda não havia corrompido, existindo uma piedade natural), necessitariam ganhar em troca a liberdade civil, sendo tal contrato um mecanismo para isso. O povo seria ao mesmo tempo parte ativa e passiva deste contrato, isto é, agente do processo de elaboração das leis e de cumprimento destas, compreendendo que obedecer a lei que se escreve para si mesmo seria um ato de liberdade.

Dessa maneira, tratar-se-ia de um pacto legítimo pautado na alienação total da vontade particular como condição de igualdade entre todos. Logo, a soberania do povo seria condição para sua libertação. Assim, soberano seria o povo e não o rei (este apenas funcionário do povo), fato que colocaria Rousseau numa posição contrária ao Poder Absolutista vigente na Europa de seu tempo. Ele fala da validade do papel do Estado, mas passa a apontar também possíveis riscos da sua instituição. 

O pensador avaliava que da mesma forma como um indivíduo poderia tentar fazer prevalecer sua vontade sobre a vontade coletiva, assim também o Estado poderia subjugar a vontade geral. Dessa forma, se o Estado tinha sua importância, ele não seria soberano por si só, mas suas ações deveriam ser dadas em nome da soberania do povo, fato que sugere uma valorização da democracia no pensamento de Rousseau.

Paulo Silvino Ribeiro

Colaborador Brasil Escola